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Lugares de Mem​ó​ria

by Príncipe

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1.
corre-me no sangue Dei a volta Do Início Abro a porta Precipício A minha voz estende a mão Estou a sós sem visão São correntes Que me levam Até ao topo Já não consigo subir Endireitar é arriscar Engulo o medo de falhar Tenho uma montanha Presa na garganta Lágrima na alma Corre me no sangue No que eu mudo Não muda nada Mais me afasto Mais me agarra Vejo a espiral desenrolar Dei a volta Do início Ainda aqui estou pronto para saltar Abro a porta E tenho a garganta Presa na montanha Lágrima na alma Corre me no sangue
2.
página em branco sobre o deserto Um Mergulho no enredo De tanto empurrar para dentro No buraco do aquário Sou navio e passageiro Enrolado pela areia Onde o vento se espreguiça Vejo a lua em caravela E a nuvem é proa submissa Também eu vou curvar Para navegar Até que as veias inundem Quando a maré levantar Tudo vai estar mais perto Antes a vela Agora sou mar aberto Página em branco Sobre o deserto E vejo a dobrar Quando não vale a pena Vale a pena a asa A espera pela mudança Fez-me mudar pela espera Já é tarde mas ainda é cedo Demais para ter medo do que entrar Quando a maré levantar Tudo vai estar mais perto Antes a vela Agora sou mar aberto Página em branco Sobre o deserto E vejo a dobrar Quando não vale a pena Vale a pena a asa Vale a pena o voo Vale a pena
3.
estendo o dedo parto a mão Cai poeira lá fora Levanta e enrola E os castelos no ar Pesam sem assentar Nos degraus do passado Em escamas deitado Há fogo sem chama Ao secar, derrama Vai crescendo sem lá estar Estou a um passo de apagar O real da ilusão Se não aceito a mudança Nem prevejo na lembrança Estendo o dedo, parto a mão Tento enjaular a memória Sem me perder na história Sem me morrer nas mãos O passado já não passa Sem que o tempo o refaça Sem me torcer em vão Quando queima só dissolve Na sombra em que o envolve E vai roendo a razão Faço por fechar a porta Sem me morder a alma Sem me tornar prisão Novo grito de fundo Conversa no escuro A paz é a luta Sem a disputa Na mensagem que li Com os olhos escrevi “Larga a corda e acorda, Aqui não há vitória” Lanço perguntas ao tempo Para me livrar do centro Como pedras de sabão E em resposta ao que eu era Nunca mudei a bandeira Estendo o dedo, parto a mão Tento enjaular a memória Sem me perder na história Sem me morrer nas mãos O passado já não passa Sem que o tempo o refaça Sem me torcer em vão Quando queima só dissolve Na sombra em que o envolve E vai roendo a razão Faço por fechar a porta Sem me morder a alma Sem me tornar prisão
4.
entre nós há montanhas que não mexem Amor por onde andaste Volta para mim Desde que voltaste Estás mas não te vejo aqui O amor sincero Nunca chega Ao fim Tua voz perene Vento dentro Sopra por mim Amor por onde foste Vou atrás de ti O abismo entre nós Há de, um dia, nos unir E daqui não parou meia vida À procura desse Amor sincero Que nunca chega Ao fim Esta voz perene Vento dentro Sopra por mim E assim passou meia vida Cada um na sua ilha
5.
uma peça 04:11
uma peça A pedra foi ao fundo Custa a tirar O peso bateu surdo Sem nunca chegar Para perder o rumo Sem o norte mudar Não tenho nada a esconder Se o que escondo me tapou Todo o amor que já tombou Como rosa sem espinho, Abriu caminho Caiu mas não murchou Encontra-me a meio Onde o mar começa Se é belo é inteiro São dois lados, uma peça Se quiseres viver poesia Não te vais virar do avesso Nós só temos um sentido Estamos a fazê-lo em verso Daí vens perto de mim A onda não passa Leva-me a casa Sê forte onde eu não sou Encontra-me a meio Onde o mar começa Se é belo é inteiro São dois lados, uma peça
6.
estradas tortas Estradas tortas Estão comigo Vou chegando Invertido A cabeça a rodar Deixo a máscara tropeçar Ponho visão noturna Transformo as cinzas na urna Nesta bala vem o meu nome Estava presa sem chave fora Numa espera que me devora Engasgado no elevador Apago a água que entrou Sonho lento que fugiu dormente Está quente e dobra Desdobra Tempera o aço da gola Com a lágrima que me descola Gatilho para a pistola O teu hino é fade in ao centro E o meu vive em Estradas tortas Estão comigo Vou chegando Invertido Embalo louco Explosivo e rouco Torce o nó no peito Imperfeito Parto sem resistir Deixar ir não é desistir Sempre que a pulsação foi pouca Cresceu-me uma nova boca Larguei tudo de peito cheio Num tiro certeiro Rasteiro Escondido, mas inteiro Os segredos são para queimar Vão por baixo mas não vão baixar Até ti eu dobrei caminhos E agora vivo em Estradas tortas Estão comigo Vou chegando Invertido Embalo louco Explosivo e rouco Torce o nó no peito Imperfeito
7.
falsa partida Estávamos a levantar ferro A maré puxou Lançámos a vela ao poço E o sonho acordou Deitados de peito com peito Fica nosso o deserto E aí, mergulhámos o pavio Baloiço verde Cama de rede Balança a sede E o ramo que a prende Copa de Vidro Tronco despido Assim amadureço Folha sem fruto Alguém que me mostre a saída Está a fugir-me o regresso Na origem, permaneço Sem tornar falsa a partida Saudade é o sangue da terra E a onda que declarou guerra Já vejo a ausência a invadir Vem apontada à raiz Baloiço verde Cama de rede Balança a sede E o ramo que a prende Tronco despido Copa de vidro Assim amadureço Dentro do fruto
8.
onde houver um princípio Nos braços da montanha Adormece um dragão E as luzes da aldeia Enchem de brasa o pulmão Onde as estrelas caducam Povo que não aterra Prisioneiro sem guerra Entre grades e algas Afoga as ondas na alma Minha boca de sal Leva os lábios à areia Em cada sombra que a tarde encerra A espuma engole a terra Onde houver um princípio Pode haver um naufrágio Princípio Naufrágio Promessa no cais É asa por dobrar Lenço por acenar Devolve a costa ao mar Minha boca de sal Leva os lábios à areia Em cada sombra que a tarde encerra A espuma engole a terra Onde houver um princípio Pode haver um naufrágio Princípio Naufrágio
9.
ponte sobre nada A ferida Ficou estendida Para sarar Vou recordar A Ponte Fiz sobre nada A flutuar Sem ver entrar Salto antes Que a dúvida me engula Pode o futuro fugir Auf Wiedersehen Muros a quebrar Tentei segurar Levei as pedras no meu peito Nem tremi por fora Do avesso derramava Inundado na memória O silencio nunca gritou tanto e tão alto Nem o tempo nos fazia aceitar o salto Queria dar-te a minha asa mas não tenho manga A minha mão enrolada na corda bamba Relembrando um passado refletido num futuro Dum presente que nos foge paralelo a este mundo A curva É ponte turva Fui contra as nuvens Sem respirar Levei as pedras no meu peito Nem tremi por fora Do avesso derramava Inundado na memória O silencio nunca gritou tanto e tão alto Nem o tempo nos fazia aceitar o salto Queria dar-te a minha asa mas não tenho manga A minha mão enrolada na corda bamba Relembrando um passado refletido num futuro Dum presente que nos foge paralelo a este mundo

about

Gravado nos estúdios Bela Flor, produzido por João Pimenta Gomes e com a participação de Bernardo Couto na guitarra portuguesa, "Lugares de Memória" é composto por nove canções originais concebidas, escritas e interpretadas por Sebastião Macedo - Príncipe.

credits

released June 18, 2021

Música e Letra - Sebastião Macedo

Piano Vertical, Flauta Transversal, Trompete em Sib, Desenho Rítmico, Percussões, Baixo e Voz - Sebastião Macedo

Guitarra Portuguesa - Bernardo Couto

Modulações - João Pimenta Gomes

Produção - João Pimenta Gomes

Gravação - Daniel Silva

Mistura - Artur David

Masterização - Nuno Monteiro

Apoiado pela Fundação GDA

license

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about

Príncipe Portugal

Príncipe - Sebastião Macedo - surge publicamente em 2013 quando é gravada a primeira canção, “Dois Terços do Que Sei”, que integrou a coletânea "Novos Talentos Fnac" desse mesmo ano. Em 2016 é editado o EP homónimo em formato digital e em Dezembro do ano seguinte é lançado o disco de estreia – “A Chama e o carvão”. Quase quatro anos depois é publicado o último LP até à data – “Lugares de Memória”. ... more

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